quarta-feira, 22 de julho de 2015

RESGATANDO A MEMÓRIA DA IMPERATRIZ DO BRASIL

RESGATANDO A MEMÓRIA DA IMPERATRIZ DO BRASIL, A PALADINA DA INDEPENDÊNCIA


“A importância do papel da imperatriz Leopoldina na vida política do Império, como mulher e como política teria ficado "apagada" no processo de construção de uma história do Brasil bastante "machista". "Nessa história, as luzes foram sempre dirigidas Pedro I".
A formação pessoal, familiar e política de Leopoldina se deu durante a era napoleônica. Em seu diário, por exemplo, registrou que durante o Congresso de Viena, muito lhe incomodou a paralisação da vida, da música, dos teatros, dos bailes e caminhadas, "tudo se verte agora para o Congresso", explica o historiador. "Tão atento era o seu olhar, que não lhe escapava nem o sotaque dos diplomatas ingleses ao exercitarem o idioma francês durante as reuniões. "Ela tinha apenas 17 anos".
Já em terras brasileiras, e na falta de uma rotina que de longe lembrasse o cenário austríaco de sua juventude - que incluía Goethe e Bethoveen -, a imperatriz se distraía estudando e colecionando artigos relacionados a mineralogia, zoologia e botânica. Leopoldina abasteceu todo o atual Museu Brasileiro de Viena com seus registros etnográficos de indígenas, catálogos de plantas brasileiras, entre outros, como macacos vivos e índios botocudos, que ela chegou a enviar ao seu país de origem.
 Noiva apaixonada
No entanto, isso não significa que os primeiros momentos de seu casório com D. Pedro não tenham lhe agradado. Os historiadores reafirmam aquilo que a historiografia há algum tempo concluiu: Leopoldina casou apaixonada, ciente do papel político que deveria cumprir unindo sua família ao promissor Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Além disso, em suas primeiras cartas à irmã Maria Luisa, a jovem imperatriz se queixa de certo "cansaço", uma vez que o marido lhe "solicitava" por noites inteiras. A fama de que Pedro não era muito apegado à "moral familiar e aos bons costumes", assim como a paz desses primeiros meses no Brasil, não poderiam ter lhe dado a dimensão das humilhações e sofrimentos que passaria até sua morte com apenas 29 anos.
"As infidelidades do imperador a desestabilizavam"; Ela era ainda uma menina vinda de um ambiente políticamente importante e culturalmente rico quando teve que aprender a lidar com as notórias traições de D. Pedro, e com o gênio intempestivo da sogra Carlota Joaquina. Carlota seria "baixa, feia, torta, altamente conspiradora e com um apetite sexual voraz", conforme relata Bulcão. Mesmo após o casamento com Leopoldina, Carlota batia no filho em público, dava tapas em seu rosto, deixando a nora cada vez mais horrorizada. Apenas com D. João a convivência parecia agradável. Tudo indica que ela tenha dado ouvidos ao conselho de seu pai antes de sair de Áustria: "ame o seu sogro, obedeça a seu marido, e se afaste de sua sogra".
Nada disso, no entanto, influenciaria a retidão de seu comportamento político. Lúcida, perspicaz e inteligente, foi Leopoldina quem impediu D. Pedro de voltar a Portugal em 1820, durante a Revolução Liberal do Porto. É de Leopoldina, a austríaca, que nasce a campanha que se poderia dizer "patriótica" em nome da emancipação do Brasil e da manutenção da Monarquia como sistema de governo. Ela cria a campanha das fitas verdes para demonstrar o apoio da população aos Bragança. Tudo o que de mais importante aconteceu entre 1820 e 1822, incluindo a declaração de independência do Brasil, deve-se, em grande medida às decisões de Leopoldina, afirmam os historiadores.
Traição e violência
Mas a situação conjugal ficaria, enfim, insustentável, quando o caso do imperador com "o monstro sensual" que era a Marquesa de Santos se tornou público. D. Pedro chegou a dormir fora de casa por mais de um mês enquanto Leopoldina estava grávida. De acordo com historiadores, a esposa teria enviado mensagem para que Pedro fosse buscar as suas malas de vez: "um comportamento bastante comum para os nossos tempos, mas jamais para o período imperial", comentou. Depois disso ninguém mais sabe o que aconteceu. O encontro entre o casal se deu a portas fechadas, e a imperatriz da independência optou por jamais falar ou escrever sobre isso. "Não tenho dúvidas de que Leopoldina sofreu violência física. Ou ela foi empurrada da escada, como alguns biógrafos sugerem, ou ela foi vitima de pontapés na barriga", o que durante a exumação do corpo, ficou comprovado que nada disso, na verdade aconteceu.
Em seguida, D. Pedro embarcaria em missão militar na Cisplatina. O ventre de Leopoldina abortaria a criança que carregava, e dias depois ela morreria causando comoção em todo o Rio de Janeiro.
Recordar essa história pode adquirir sentidos diversos; da influência cultural austríaca na política brasileira, tendo como D. Pedro II seu símbolo mais claro, até as questões de gênero que o comportamento de Leopoldina encerra; as transformações e continuidades de uma moralidade em desconexão com a realidade desde tempos coloniais, até a ampliação imaginativa que a leitura e a confecção da história nos permitem, a "conhecer" vidas e tempos que nunca poderemos experimentar.
Com o documentário D.LEOPOLDINA, A FILHA DOS CÉSARES abrem-se "brechas no tempo" que podem nos permitir construir ou reconstruir referências antepassadas, perdidas em memórias oficias que há muito não fazem mais sentido para os nossos dias.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

MATÉRIAS SOBRE A EXUMAÇÃO DOS CORPOS DO IMPERADOR E IMPERATRIZES







e o filme Independência ou Morte ! 



PRIMEIRO DOCUMENTÁRIO REALIZADO SOBRE DONA LEOPOLDINA


Primeiro documentário realizado sobre a Imperatriz Dona Leopoldina, no ano de 1.999. 
Uma realização da WE DO Comunicações com direção de Dimas Oliveira Junior e Luis Felipe Harazim e produção de Branca Regina Rosa. 

domingo, 29 de dezembro de 2013

DEPOENTE : VALDIRENE DO CARMO AMBIEL

VALDIRENE DO CARMO AMBIEL

Valdirene do Carmo Ambiel, historiadora e Arqueóloga, conseguiu reunir em sua pesquisa uma equipe interdisciplinar da USP, que incluiu 12 cientistas de especialidades diferentes. Isso permitiu a exumação e um estudo minucioso dos remanescentes humanos dos primeiros Imperadores do Brasil : Dom Pedro I, Dona Leopoldina, Dona Amélia, que passaram, por exemplo, por sessões de tomografias e ressonância magnética. O resultado foi a descoberta de fatos até então desconhecidos, além da confirmação e da refutação de hipóteses com as quais os historiadores vinham trabalhando.
Valdirene Ambiel também é Comendadora, tendo sido condecorada pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística, em reconhecimento ao desenvolvimento de seu trabalho em pról da História Brasileira.

LINKS de Entrevistas com Valdirene Ambiel







DEPOENTE : PAULO REZZUTTI

Paulo Rezzutti

Paulo Rezzutti é arquiteto, escritor, historiador e biógrafo Brasileiro. 
Em 2010 durante pesquisas documentais para a biografia da Marquesa de Santos  encontrou no arquivo histórico da Hispanic Society of American - Nova Iorque , 94 cartas inédita do Imperador D.Pedro I  para sua amante Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos. Em 2011 organizou a obra Titila e o Demonão-Cartas Inéditas de D.Pedro I a Marquesa de Santos publicado pela Geração Editorial. Prosseguindo seus estudos sobre a Marquesa de Santos  publicou em 2013 a obra Domitila a verdadeira História da Marquesa de Santos  também editado pela Geração Editorial. 
Em 2012 devido aos seus conhecimentos a respeito da Familia Imperial Brasileira participou como consultor do trabalho da arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel  que estudou os remanescentes humanos dos primeiros imperadores do Brasil sepultados na Cripta Imperial do Monumento a Independência em São Paulo.  Como arquiteto Rezzutti  foi o responsável técnico pelo trabalho de retirada do esquife da Imperatriz D. Amelia , que se encontrava emparedado no local.
É autor de diversos artigos a respeito da história do Primeiro Reinado  e seus personagens, bem como a respeito de Historia de São Paulo. Já colaborou com a Revista de Historia da Biblioteca Nacional, Revista Carta Fundamental, Revista Historia Viva, entre outras. 
Desde 9 de julho de 2012 é membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.





DEPOENTE : MARY DEL PRIORE

Mary Del Priore
Especialista em História do Brasil, Mary Del Priore concluiu o doutorado  em História Social na Universidade de São Paulo  e pós-doutorado na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales na França. . Lecionou História em várias universidades brasileiras, tais como a Universidade de São Paulo, a Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro  e a Universidade Salgado de Oliveira . É colaboradora de periódicos nacionais e internacionais, científicos ou não .
Escreveu, organizou ou colaborou em várias publicações, ganhando, com isso, títulos como o Prêmio Casa Grande & Senzala, outorgado pela Fundação Joaquim Nabuco e o Prêmio Jabuti. 
Lista de algumas publicações importantes da autora:
       O Castelo de Papel. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2013.
A Carne e o Sangue. A Imperatriz D. Leopoldina, D. Pedro I e Domitila, a Marquesa de Santos. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2012.
Histórias Íntimas. Sexualidade e Erotismo na História do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2011.
Matar para não morrer. A morte de Euclides da Cunha e a noite sem fim de Dilermando de Assis. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
Condessa de Barral, a paixão do Imperador. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
O príncipe maldito. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
História do Amor no Brasil. São Paulo: Contexto, 2005.
História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 1997.
Festas e utopias no Brasil colonial. São Paulo: Brasiliense, 1994.

História da Criança no Brasil. São Paulo: Contexto, 1991.







segunda-feira, 9 de setembro de 2013

GRAVAÇÕES E CENAS DE SIMULAÇÃO NO FILME DOCUMENTAL

O filme documental "IMPERATRIZ D.LEOPOLDINA: A FILHA DOS CÉSARES", apresenta uma rota da vida de Dona Leopoldina, através de filmagens realizadas em locais emblemáticos na vida da Primeira Imperatriz do Brasil, como : Palácio de São Cristovão (RJ), Paço Imperial (RJ), Igreja do Outeiro da Glória (RJ), Floresta da Tijuca (RJ), em um trabalho feito especialmente por uma equipe técnica altamente capacitada, nos locais citados.
Igreja do Outeiro da Glória

Paço Imperial - Rio de Janeiro

Estatua de Dona Leopoldina - Palácio de São Cristovão

Floresta da Tijuca

Floresta da Tijuca

Igreja do Outeiro da Glória (Aspecto interno)

Igreja do Outeiro da Glória 

Palácio Imperial de São Cristovão - RJ

Paço Imperial - Atual Praça XV (RJ)

Pórtico de entrada do Palácio de São Cristovão

Além de imagens especialmente cedidas para o filme documental, dos Palácios de Schonbrunn, onde Dona Leopoldina viveu até seu casamento com o principe Dom Pedro (Residência de Verão) e Hofburg (Residência de Inverno) - Viena - Áustria .

Palácio de Hofburg - Viena - Áustria

Palácio de Schonbrunn - Viena - Áustria
Através da correspondência de Dona Leopoldina com amigos e familiares, as CENAS DE SIMULAÇÃO serão compostas, sempre utilizando imagens onde será apresentada a Imperatriz, escrevendo cartas, com voz em off , onde a Imperatriz Dona Leopoldina será interpretada pela atriz Julia Costa.


"...Neste instante vem-me o Dom Francisco dizer que também na casa de José Albano se ajuntam estes malvados chamados patriotas europeus, nós brasileiros os desprezamos como devemos."
Carta de Dona Leopoldina a José Bonifácio - agosto de 1822

Na ilustração, a sobreposição do rosto da atriz Julia Costa, em um quadro de Dona Leopoldina .

Julia Costa

Imperatriz D. Leopoldina